Mano Elias e Mano Zeu, integrantes do coletivo de hip-hop Família Zona Norte, participou do Grito dos excluídos, que aconteceu dia 07 de setembro no bairro Cidade Nova.
Cerca de 250 pessoas participaram na manhã desta quarta (4) de um papo descontraído e instigante sobre a cultura Hip-Hop. A roda de conversa “Qual é a do rap” reuniu jovens de escolas públicas e privadas de Foz do Iguaçu, na 9ª Feira Internacional do Livro.
O bate-papo teve a participação do militante do movimento hip-hop e do Cidade Nova Informa (CNI) Mano Zeu e a mediação do agente cultural Alexandre Bogler, do projeto Plugado. Para “situar”o público, Zeu utilizou como exemplo um muro branco, pelo qual passava diariamente, até que um dia viu que o muro estava pichado e assim, passou (o muro) a se comunicar de alguma forma.
“Foi então que a gente percebeu que os muros tinham donos”. Dessa maneira, o músico explicou ao público sobre as formas de repressão e todo o sentido de protesto do rap. “O rap me fez entender a questão se classes sociais. Explico o Hip-Hop pela minha própria trajetória, de negro e morador de favela”.
Ele destaca que o rap é uma forma de declarar como funciona a distribuição de riqueza e o motivo da desigualdade social. “No meu bairro o único bosque que tinha paras as crianças brincarem, hoje é um condomínio fechado”, aponta. “A arte é uma forma de criar consciência”.
Críticas – Mano Zeu revelou que no ano passado, após uma apresentação do grupo de rap Aliados da Periferia, na própria Feira do Livro recebeu diversas críticas. “Ouvi pessoas dizendo isso que não tinha nada a ver com feira do livro, também senti o preconceito em alguns olhares”.
Para ele, a expressão popular deste tipo de arte ainda não é aceita pela sociedade, por isso o movimento Hip-Hop criou um circuito alternativo. “É ilusão achar que fomos aceitos. O rap sempre falou as reais impressões de Foz, narrando a cidade não oficial, mas a real”, completou Zeu. (H2FOZ - Fernanda Regina)
Novo clipe do grupo 5° Naipe tem Foz do Iguaçu conta com a participação especial de mano Reco (ex Detentos do Rap) e Dany Grace.
Quem assina a produção da música é Fjay (Dj do Ao Cubo)
“Eu vou que vou, vou
buscando minha glória, Cidade Nova, várias histórias”.
Foi
com essa música que o grupo de rap de Campo Mourão, iniciou o show de
lançamento de seu novo cd (Rajada NovaMente),
na tarde do dia 31 de março. O grupo já esteve em Foz em diversas ocasiões e já
se apresentou no Estádio do ABC, Gresfi, Vila A, Centro e Jd. São Paulo. Dessa
vez o show foi na Biblioteca Comunitária
CNI, no Cidade Nova, o mesmo nome do bairro onde vive um dos integrantes do
grupo, Mc Careca.
O
cd NovaMente é um álbum duplo, o terceiro lançado pelo grupo em 15 anos de
correria. Com 14 faixas em cada cd, o RJD inova nas letras e reforça sua
importante presença e participação no movimento Hip-Hop paranaense. Encima do
cd podemos ler: Original Rap Nacional
Paranaense e Rap Pé Vermelho,
assumindo assim uma regionalidade e buscando uma afirmação e valorização da
identidade do Rap feito no Paraná.
Outra
Novidade no disco são duas faixas de poesia recitadas por Mc Careca e uma
poesia impressa na embalagem do cd, escrita por Alberto, ativista, escritor e poeta do Rio de Janeiro. O encarte,
além de fotos do grupo, traz dois textos de Emílio Gonzalez, professor iguaçuense que atualmente mora em Campo
Mourão e gestiona na UTFPR o projeto
UNI(di)VERSIDADE Cultural, uma das
parcerias do evento.
A
atividade contou com a participação dos grupos de rap de Foz do Iguaçu, Visão Eterna, Luto Decretado e Aliados da
Periferia, uma roda de capoeira com a Associação
Cordão de Pontas, que envolveu as crianças do bairro e a poesia que se
propagou através do sarau rap, em parceria com o Projeto Panambi.
No
dia seguinte, o grupo Rajada Mcs trocou uma idéia com a equipe do CNI, na sede
da Biblioteca Comunitária. Leia abaixo trechos da entrevista com os integrantes
Robinho, Neguinho e Mc Careca:
Sistema prisional:
O problema do sistema
carcerário é que destrói a vida do cara, a família, todo mundo. Não é uma coisa
que o cara errou, pagou e vai ser ressocializado. Não, você cai, meio dia ta os
seus vizinhos almoçando e ta o programinha lá “mais um preso” e põe sua foto
lá. Já queima você na sua quebrada. Jornal, tem um cara que tem uma empresa e
todo dia ele lê jornal e vê, abre a página policial e olha a foto. Mesmo que
você saia da tranca e fala, “vou ficar de boa, vou arrumar um trampo”. Você
chega no trampo e o cara fala “aquele neguinho lá foi preso”, você já manchou,
perdeu, entendeu, acabou. Ou o cara se afunda de vez mesmo, é difícil, o cara
não tem opção de se reintegrar na sociedade igual falam. O cara cai, o cara sai
pior.
Tem uma faixa do cd
que é a introdução da música liberdade. Vários caras perguntaram pra mim se eu
já tinha sido preso, por causa dessa musica. E na verdade é uma história
fictícia. A metade da música eu canto como se eu tivesse preso e a outra metade
eu narro. A primeira metade eu sou personagem e a outra metade eu sou narrador.
Na hora que vai trocar de uma pra outra eu falo que a história de ficção e
realidade se misturam, que a história do rap lembra os irmãos da rua. A
introdução dessa música eu tirei de um documentário que chama Aqui Fora, porque
é com as mulheres dos presos. E nesse documentário a idéia que passa é o
seguinte, que a liberdade não tem preço. A gente não ta também passando a mão na
cabeça, mas a gente acha que os caras são tipo vítimas também, caíram numa
armadilha. Claro que há casos e casos, eu penso que muitas coisas é ostentação.
Uma coisa é o cara se envolver porque o filho dele tem que comer, outra coisa é
o cara se envolver pra andar com um correntão, uns carrão, isso aí não é
necessidade, isso daí é vaidade. Então a gente quer contar uma história que
ninguém conta. Essa musica ta no cd 1.
No cd 2 tem uma musica
que conta a história do ex detento. É uma história também. A história de um
cara que foi preso e saiu. Então ele tem que provar pras pessoas que o talento
dele não é só pegar arma, planejar assalto, planejar seqüestro, mas ele pode
usar o talento dele, a mente dele pra uma coisa positiva. Essa musica trabalha
nessa parte de regeneração e tal, até no começo da musica eu falo que a pessoa
tem a capacidade de se regenerar, mas se não for dada essa oportunidade aí fica
difícil, né mano.
Educação.
Eu tava lendo um livro
do Mandela que fala assim, lá na África na escola ele já via a ação do sistema
ali. O sonho deles, das crianças africanas, o top deles era ser tipo assim,
empregado, “eu vou estudar porque eu quero ser o motorista do cara branco. Eu
vou estudar porque eu quero ser o porteiro do prédio”. Então eu trago isso pro
Brasil, você chega numa escola pública hoje e chega na sala e pergunta o que
você quer ser? “eu quero ser jogador de futebol”. Porque você quer ser jogador
de futebol? “porque ganha dinheiro pá caraio, não faz quase nada”. E você vê um
salário de um professor, ele trabalha três turnos mano. Ta trabalhando com um
negócio que é fundamental.
Então esse negócio do
Mandela trazendo pra realidade Brasil é isso mesmo, matam o negócio no berço,
matam o sonho no berço. Não tem nenhuma
criança que fala eu quero ser um advogado, eu quero ser um médico. Os sonhos
são pequenos desde criança.
Vai muito da força de
vontade de cada um. Tem um mano lá de Iporã, o Madruga, eu tava trocando idéia
com ele. Ele ta fazendo faculdade e paga do bolso dele, paga a van, trabalha,
chega toma banho come um pão, pega a van, esse corre. Ele faz Ação Social. Ele
falando: “Pô mano, eu to aqui me esforçando, acordo cedo, eu trabalho, chego
nem como nada direito, pego van, vou pra outra cidade e tal, chego lá os cara,
o pai pagou a faculdade os cara fica no barzinho, o pai vai lá e paga o diploma”.
E é esse cara que é o médico, o dentista, o advogado.
Rap e Mídia
A gente trabalha com
as rádios que é de parceiro. O Kuruja que é um parceiro nosso tem um programa
lá em Cianorte. Agora FM, televisão, a gente não tem nem pretensão de chegar
nesses espaços, porque se for olhar o cd ali, não sei, é uma ou duas músicas
que eles tocariam. Eu não, eu tocaria qualquer uma. É lógico que a gente vai
começar ainda o esquema de divulgar, mas não é um publico que a gente queira
atingir. Então tem os parceiros, tem o mano Hood que tem o programa lá em
Guarapuava, vai chegar lá, ele vai divulgar, vai tocar, o povo liga e pede.
Tipo assim, programas direcionado ao público Rap, entendeu.
A gente não tem nada
contra, a gente iria de boa, contudo que não chegue e não queira mexer na nossa
arte, entendeu. Acontece da gente chegar na televisão “ah, não dá pra tocar ao
vivo”, falar pro DJ “faz um playback aí”, não, então a gente não toca. Não dá
pra gente se encaixar no esquema deles. A gente quer chegar, quer mandar
mensagem e que ter a liberdade de expressão mesmo, entendeu.
Agora a gente tem a
internet que é um meio de comunicação forte, a gente posta na internet, tem
musicas, tem vídeos, agora não tem como a gente aparecer num programa igual o
do Gugu.
24 de Marzo, (domingo) 9 hs, Plaza de la libertad. Pdte Franco “El evento será libre y gratuito, la gente aficionada puede participar, es para todo publico, va a haber demostraciones de Skateboarding, BMX, Longboarding, Hip Hop, Grafiti, Break Dance, Mc´s y Conciertos de Rock a lo que refiere la cultura urbana. Es un evento único en la región y primera vez en Pdte Franco, esto es para demostrar a las autoridades que existen jóvenes con grandes talentos y destrezas, de paso también que la población tenga una actividad recreativa para distraerse. Contaremos con invitados de Foz de Iguazu, Puerto Iguazu, Posadas, Asuncion y Encarnacion. Tambien pueden traer alimentos no perecederos para donarlos a la casa fundacion Las Tias de Pdte Franco”.
O evento conta com várias apresentações, entre Exposições, apresentação de curtas, Teatro, intervenções, Rock e Hip-Hop. Pra mandar um rap foram convidados Fernadinho, Mano Zeu e Aliados da Periferia.
É nesse domingo, dia 10 de março, no Teatro Barracão, a partir das 16 hs...
A rapa do Rap de Foz lotou uma Van e colou em Paissandu, no dia 23 de fevereiro, onde aconteceu o show do Kamikazes do Gueto...
Foi a primeira apresentação do Kamikazes do Gueto, sem o Thiagão e agora com novos integrantes...
O show contou a participação de vários grupos de rap do interior paranaense...
De Foz do Iguaçu, o grupo que apresentou foi o ADP (Aliados da Periferia)...